“O TPAC é definido como um déficit em um ou mais processos auditivos centrais, sendo caracterizado por uma ou mais alterações nas habilidades de localização e lateralização sonora, discriminação, reconhecimento auditivo e dos aspectos temporais da audição como: resolução, mascaramento, integração e ordenação temporal” (ASHA, 2005)
Conhecido pela sigla PAC, o exame do Processamento Auditivo Central se dá através de uma bateria de testes verbais e não verbais realizado pelo fonoaudiólogo, em cabine acústica ou sala acusticamente tratada, levando em consideração a idade, o nível intelectual, a audição periférica e as queixas do paciente.
Neste exame são avaliadas as habilidades auditivas que nos permite interpretar os sons ouvidos e identificá-los de forma eficiente e eficaz.
Uma audiometria com limiar normal, seja na criança ou no adulto, não significa que o paciente está capaz de processar e interpretar com eficácia as informações verbais. Para isso, é preciso que o sistema nervoso central utilize a informação auditiva com eficiência. Estes mecanismos e processos do sistema auditivo central incluem habilidades como:
- lateralização e localização espacial do som;
- compreensão da fala no ruído;
- compreensão da mensagem (mesmo quando ela está distorcida e fragmentada);
- capacidade para eleger estímulos apresentados a uma orelha (ignorando informações apresentadas à orelha oposta e/ou reconhecer estímulos diferentes apresentados simultaneamente a ambas as orelhas);
- capacidade de discriminar e identificar pequenas mudanças nos estímulos, como diferenças de frequência, intensidade ou duração;
- capacidade de detectar e perceber modulações e intervalos mínimos em uma sequência de sons.
A aplicabilidade deste exame está relacionada com dificuldades de aprendizagem, transtornos de linguagem (como a leitura e escrita), dificuldade de adquirir novos conhecimentos ou aprender um segundo idioma.
Dentre os sinais mais comuns do Transtorno de Processamento Auditivo Central (TPAC), podemos listar:
- dificuldade de localizar os sons;
- dificuldades ou desempenho ruim para manter uma conversa em locais com sons competitivos;
- demora em dar uma resposta para determinado som/pergunta;
- dificuldade para discriminar, comparar ou aprender novos sons;
- pede para repetir com frequência (Hã? O quê?);
- dificuldade em entender e com isso, dificuldade para seguir regras ou ordens;
- dificuldade nos mecanismos de atenção auditiva.
Vale ressaltar que alguns desses sintomas não são exclusivos do TPAC, por isso o diagnóstico diferencial.
Para a realização do exame de Processamento Auditivo Central é preciso ter a avaliação audiológica – que consiste de pesquisa da audiometria tonal liminar, do limiar de reconhecimento de fala (LRF) e do índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) -, bem como das medidas de imitância acústica, preferencialmente realizados em data próxima a avaliação. A idade mínima recomendada é de 7 anos, pois é preciso ter habilidades cognitivas e linguísticas suficientes para entender a tarefa.
E você, se identifica com algum desses sinais? Percebe alguma dificuldade parecida com você ou com algum familiar? Entre em contato conosco!